Não existe um consenso sobre a população indígena que habitava o Brasil antes de Cabral, mas estudiosos estimam entre 1 e 5 milhões de pessoas. A teoria mais aceita hoje em dia é a de que esse número pode muito bem ter chegado a 5 milhões.
A população brasileira atual (2 014) é de 200 milhões de habitantes, sendo que apenas 450 mil são índios (cerca de 0,2% da população).
Por falar em população indígena, uma curiosidade: dos 450 mil índios brasileiros, 100 mil vivem em cidades. Existe, inclusive, uma aldeia indígena dentro da cidade de São Paulo.
A teoria mais aceita sobre a origem dos povos indígenas é a de que eles descendem de tribos asiáticas que teriam atravessado o Estreito de Bering, que liga a Ásia à América, há cerca de 12 mil anos.
Outra curiosidade: pesquisas no sítio arqueológico do Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, levantam a possibilidade de que os primeiros indígenas teriam chegado ao continente há pelo menos 50 mil anos.
A reconstituição de um crânio feminino de 11 mil anos encontrado em Minas Gerais, levantou a hipótese de que os primeiros brasileiros podem ter origem africana e não asiática. Chamado de Luzia e encontrado pelo estudioso Walter Neves, o crânio bagunçou as teorias sobre as origens do homem americano.
Uma pesquisa divulgada recentemente apontou que os índios botocudos teria DNA de polinésios. Isso reforça os argumentos dos que defendem que os primeiros habitantes da América vieram para cá atravessando o oceano Pacífico.
Os primeiros encontros entre os europeus e os antigos habitantes do continente americano ocorreu já em 1 492, com a descoberta da América. No Brasil, o encontro deu-se em 1 500, com a chegada da esquadra portuguesa de Pedro Álvares Cabral.
Mais uma curiosidade: o primeiro grupo a ter contato com os portugueses foi o Tupinanbá. Eles habitavam quase todo o litoral brasileiro – do Ceará a São Paulo – e falavam uma variante do tupi chamado exatamente tupinambá.
Outra curiosidade: os índios canibais citados no livro do alemão Hans Staden eram os próprios tupinambás.
Atualmente, os guaranis são o grupo mais populoso do país, representando 10% dos 450 mil índios brasileiros. Os demais grupos são: ticuna, caigangue, macuxi, terena, guajajara, ianomâmi, xavante, pataxó e potiguara, entre outros. No total, eles representam 220 etnias.
O segundo maior grupo é o ticuna. O detalhe é que existem ticunas não só no Brasil, mas no Peru e na Colômbia. No Brasil, eles se concentram na região do rio Solimões.
A influência do índio na formação da cultura brasileira é incalculável. Além de deixar sua marca na língua e no folclore, os indígenas influenciaram fortemente a culinária. O cultivo e preparo da mandioca é só um exemplo. Alimentos como a tapioca, o beiju, a farinha de mandioca, o tacacá, o pirão são de origem indígena.
Lendas como a da Iara, do curupira, do boto e do boitatá também tem origem indígena.
Palavras de origem tupi-guarani largamente usadas no Brasil: Abacaxi – Amendoim – Arapuca – Caboclo – Caipira – Canoa – Capim – Carioca – Curupira – Guarani – Jacaré – Jurubeba – Mandioca – Oca – Perereca – Tapioca- Tiririca – Tupi – Xavante.
Entre as palavras em tupi-guarani incluem-se vários topônimos (nomes de lugares): Aracaju – Araraquara – Atibaia – Bauru – Caçapava – Caraguatatuba – Embu – Guaratinguetá – Itajaí – Itaquaquecetuba – Mossoró – Paraíba – Paraná – Paranapiacaba
Pindamonhangaba – Pirassununga – Tatuapé – Ubatuba – Uberaba – Votuporanga.
Os indígenas também deixaram alguns nomes próprios: Peri – Ubiratan – Jaci – Maíra, Ubirajara – Cauê – Iracema, – Janaína – Jandira – Iara – Cauã – Moema – Tainá.
Mais uma curiosidade: o tupi-guarani não é propriamente uma língua, mas um termo genérico para se referir a um conjunto de línguas faladas no Brasil, todas originárias do proto-tupi.
Essa você não sabia: por volta do ano 1 700, de cada quatro brasileiros, três falavam tupi. A língua foi a mais falada no país até o século XVII.
Mais uma curiosidade: você sabia que ainda existem tribos no interior da Amazônia que nunca tiveram contato com o homem branco?
Por Gustavo Paixão e Miguel R.
0 comentários :
Postar um comentário